A COVID-19 é uma doença infecciosa causada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) e tem como principais sintomas febre, cansaço e tosse seca. Alguns pacientes podem apresentar dores, congestão nasal, dor de cabeça, conjuntivite, dor de garganta, diarreia, perda de paladar ou olfato, erupção cutânea na pele ou descoloração dos dedos das mãos ou dos pés. Esses sintomas geralmente são leves e começam gradualmente. Algumas pessoas são infectadas, mas apresentam apenas sintomas muito leves.
A maioria das pessoas (cerca de 80%) se recupera da doença sem precisar de tratamento hospitalar. Uma em cada seis pessoas infectadas por COVID-19 fica gravemente doente e desenvolve dificuldade de respirar. As pessoas idosas e as que têm outras condições de saúde como pressão alta, problemas cardíacos e do pulmão, diabetes ou câncer, têm maior risco de ficarem gravemente doentes. No entanto, qualquer pessoa pode pegar a COVID-19 e ficar gravemente doente. A seguir, explicamos com mais detalhes do que se trata a síndrome pós-Covid-19 e os tratamentos necessários. Confira!
A comunidade médica vem enfrentando o grande desafio de compreender o novo coronavírus. Entre mutações do vírus, casos de reinfecções e possibilidade de sequelas, uma nova situação é a chamada síndrome pós-Covid-19. No início da pandemia, vimos que o tempo de recuperação da doença levava cerca de duas a seis semanas, dependendo da gravidade do quadro. Hoje, no entanto, sabemos que há relatos de pacientes com sintomas persistentes, que podem durar muito mais tempo, até meses.
Nem sempre a alta hospitalar é o fim dos problemas causados pela covid-19. No mundo todo, profissionais de saúde observam uma série de complicações decorrentes da doença, que vão de manifestações dermatológicas a distúrbios cardíacos. Para que a carga da pandemia não se torne ainda maior para o sistema de saúde do país, pesquisadores recomendam a criação de protocolos clínicos e unidades para tratamento de pacientes com a síndrome pós-covid.
Uma série de estudos divulgados nos últimos meses e a observação clínica dos profissionais que estão na linha de frente indicam as possíveis sequelas que a doença pode deixar. Já se sabe, por exemplo, que alguns sintomas podem persistir não apenas entre aqueles que tiveram casos mais graves da doença e que, além de danos nos pulmões, o Sars-CoV-2 pode afetar o coração, os rins, o intestino, o sistema vascular e até o cérebro. Observe as principais sequelas:
Sequelas Cardiológicas: O sistema cardiovascular pode ser afetado e apresentar diversos problemas, tais como: miocardite, lesão miocárdica, insuficiência cardíaca, arritmia, trombose, choque circulatório, que acontece quando não há suprimento de sangue suficiente para manter a oxigenação adequada dos tecidos.
Sequelas Pulmonares: A inflamação que a Covid-19 provoca nos pulmões pode causar sequelas que precisam de cuidados, por exemplo: tosse persistente, falta de ar, embolia pulmonar devido a coágulos sanguíneos, fibrose pulmonar, que é a substituição do tecido pulmonar normal por tecido de cicatrização, o que é permanente e diminui a
capacidade do pulmão.
Sequelas Renais: Os rins também podem ser afetados pela Covid-19 de forma temporária e até permanente, ocasionando: insuficiência renal aguda, que é quando os rins param repentinamente de filtrar o sangue, obstrução vascular, que dificulta a circulação do sangue e aumenta a chance de haver uma falta prolongada da oxigenação nos rins, tornando maior o risco de uma lesão permanente.
Depois que o paciente sai do período de tratamento e de isolamento, é recomendado que seja realizada uma avaliação para identificar possíveis sequelas cardiológicas, pulmonares e renais, que são as mais frequentes. Além disso, se for identificado sinal de algum outro problema, ele é encaminhado para o especialista mais indicado para uma investigação mais profunda. Também é indicado a realização de uma análise nutricional em virtude da perda de massa muscular durante o período em que ficou em recuperação, o que é mais comum em pacientes hospitalizados.
A Covid-19 é uma doença aguda, grave e com um padrão de sequelas crônicas que precisam de acompanhamento especializado ao longo de semanas ou meses. A abordagem multidisciplinar é fundamental na reabilitação do paciente e deve incluir diversos profissionais que, somados, entregarão a melhor estratégia de reabilitação para o precoce retorno do paciente às suas atividades habituais.
Lembre-se de continuar se protegendo contra o novo coronavírus, mantendo as medidas preventivas. Se você está com sintomas da Síndrome Pós-COVID, é indicado procurar ajuda médica para avaliação do quadro e indicação do tratamento adequado.