"Eu não reclamo de nada, pra mim tudo está sempre muito bom". Foi desta forma que a paciente Margarida Maria Neves Milhori, da cidade de Manhumirim, iniciou o relato sobre o atendimento no Centro de Otorrinolaringologia do Hospital Arnaldo Gavazza/HAG. Há mais de um ano a senhora Margarida faz uso constante do aparelho auditivo: "Não sei ficar sem ele. O aparelho é um acessório que me faz muito bem", ressaltou.
A história de como a Margarida foi perdendo a audição (a cerca de 5 anos) é cheia de lembranças, em sua maioria, tristes. Até ela perceber e tomar consciência da importância de se procurar um profissional capacitado para avaliar a perda auditiva, ela sofreu preconceitos e foi marginalizada, algumas vezes: "As pessoas acham que a gente ouve quando quer, e isso não é verdade. Tomei a iniciativa de procurar um médico quando uma amiga me seguiu na rua, por cerca de 1km, chamando pelo meu nome e eu não respondia porque não estava ouvindo". Margarida procurou o posto de saúde do município de Manhumirim aonde foi detectada a perda auditiva.
O encaminhamento para o Centro de Otorrino ocorreu pouco tempo depois. A partir daí, foram feitos vários exames e acompanhamento profissional, até a chegada do aparelho. "Eu só tenho a agradecer a todos do Centro de Otorrino, sempre muito educados, atenciosos e receptivos", relatou Margarida.
Ouvir sons que, para muitos, podem parecer comuns para quem tem perda auditiva e passa a ouvir, é uma dádiva: "Eu moro perto de um córrego e não ouvia o barulho dele, assim como não escutava o barulho da chuva, do chinelo arrastando no chão, da vassoura. A emoção é tão grande. A gente começa a dar importância para as pequenas coisas", finalizou.
O Centro de Otorrino, referência regional no Serviço de Atenção à Saúde Auditiva (aparelhos auditivos), recebe pacientes da microrregião (Ponte Nova, Itabirito, Manhuaçu e Viçosa). Desde a inauguração, em 2007, já foram disponibilizadas mais 4 mil aparelhos auditivos (num total de 4.744 pacientes beneficiados), para pacientes do Sistema Único de Saúde/SUS. Eles são acompanhados, individualmente, durante da fase de adaptação, além de terem manutenção, periódica, dos aparelhos. O Centro também realiza exames de audiometria, impedanciometria, teste da orelhinha e BERA. Todos estes avaliam a audição e estão disponíveis para a população através do SUS, PLAMHAG, outros convênios e particular.
Clarissa Guimarães
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Autor: Clarissa Guimarães